Durante a pandemia, o setor jurídico foi impactado e desafiado a se adaptar, promovendo uma quebra de paradigmas para mitigar as limitações impostas pelo distanciamento social. Com isso, houve mudanças significativas nas mais diversas esferas do setor, oportunizando uma transformação não só em processo, mas também no modelo de trabalho até então seguido. E, com certeza, o legado que gerou mais impacto foi aquele provocado pela inserção de novas tecnologias.
O impulsionamento na digitalização dos processos jurídicos, algo que já é legalizado há 15 anos no Brasil; a realização virtual de audiências e julgamentos, bem como reuniões com clientes; e o trabalho em formato home office ou híbrido são apenas algumas das mudanças que permanecerão no cotidiano dos profissionais do setor. Essas transformações revelaram canais de comunicação tão eficientes quanto o contato físico. Além disso, a economia de recursos e de tempo em deslocamentos possibilitou que os profissionais desenvolvessem novos projetos e se dedicassem com mais intensidade aos estudos, sempre com o objetivo da atualização, para oferecer o melhor àqueles que procuram por auxílio jurídico. No lado oposto dos processos, estavam os clientes, que precisavam de informações confiáveis e atualizadas.
A pandemia provocou mudanças significativas para todos e, mesmo que de forma abrupta, fez com que experimentássemos evoluções que levariam anos ou até mesmo nem tivéssemos a chance de vivenciar. O olho no olho sempre será importante, mas o cenário que se apresentou nos mostrou que é possível prestar um serviço de qualidade e ágil, mesmo a distância. Os impactos tecnológicos proporcionaram muito mais que informatização e o aumento do uso das plataformas digitais. Oportunizaram a quebra de pré-conceitos e burocracias existentes no ambiente jurídico, além de uma mudança cultural e comportamental no segmento.
Cristiano Diehl Xavier, sócio do escritório Xavier Advogados